Enfrentar o endividamento é um desafio cotidiano para milhões de brasileiros. Com métodos certeiros e disciplina, é possível retomar o controle financeiro e construir um futuro mais estável.
Este guia traz passos práticos e embasados em dados de 2025, ajudando você a traçar um plano de ação eficiente e sustentável.
Segundo a Peic/CNC, em abril de 2025 77,6% das famílias brasileiras estavam endividadas, acima dos 76,7% de dezembro de 2024. O comprometimento da renda média variou entre 27,2% e 30%, e 20,5% das famílias destinavam mais da metade dos ganhos ao pagamento de dívidas.
Em maio de 2025, o número de inadimplentes atingiu um recorde de 70 milhões de pessoas, representando 42% dos adultos no país. A Serasa também reportou 77 milhões de endividados, com maior concentração entre 41 e 60 anos.
Esses indicadores mostram que, apesar de leve melhora em alguns índices, a sensação de aperto financeiro persiste para 15,9% dos brasileiros, que se dizem “muito endividados”.
O endividamento não escolhe idade, mas impacta mais quem está na vida ativa e assume compromissos crescentes. Confira a distribuição por faixas etárias:
Além disso, as famílias que ganham entre 5 e 10 salários mínimos apresentaram maior aumento de endividamento, especialmente entre homens. Cartão de crédito, carnês e cheque especial lideram as principais dívidas.
Identificar essas raízes é o ponto de partida para mudar o cenário e adotar práticas de consumo mais responsáveis.
O primeiro passo para sair do vermelho é o autoconhecimento financeiro. Sem um diagnóstico claro, qualquer ação se torna vaga e ineficaz.
Com o panorama completo, monte um cronograma de pagamentos e inclua todas as obrigações em uma planilha ou aplicativo de controle.
Tenha sempre em mente o objetivo maior: eliminar por completo o endividamento em um prazo definido, ajustando metas conforme avanço e imprevistos.
A negociação é uma ferramenta poderosa para reduzir juros e alongar prazos. Procure acordos diretamente com credores ou utilize mutirões digitais.
Plataformas como Serasa Limpa Nome registraram em maio de 2025 mais de R$ 953 bilhões em ofertas de negociação, com valor médio de acordo de R$ 839.
Também fique de olho em programas governamentais, como o Desenrola Brasil, que oferecem condições especiais e limitam taxas abusivas.
Para aumentar a folga no orçamento, combine cortes de gastos com fontes extras de receita.
Essas medidas, mesmo que simples, podem liberar parte significativa da renda para o pagamento acelerado das dívidas.
Substituir dívidas com juros altos por um empréstimo mais barato pode ser vantajoso. Avalie a portabilidade de crédito e o crédito consignado, quando disponível.
Evite contrair novas obrigações até que todas as pendências anteriores sejam quitadas. Esse cuidado impede o acúmulo e mantém o foco no objetivo.
Investir em conhecimento gera autonomia. Busque cursos, workshops e materiais online gratuitos oferecidos por bancos, Procon e entidades de defesa do consumidor.
Adote uma cultura de consumo consciente e aprenda a diferenciar “necessidade” de “desejo”. Crie uma reserva de emergência mínima equivalente a três meses de despesas para enfrentar imprevistos sem recorrer ao crédito.
Se sentir dificuldade, recorra a um consultor financeiro ou associações de defesa do consumidor. Esses profissionais oferecem orientações personalizadas e ajudam na negociação com credores.
Mutirões e feirões de renegociação, como os promovidos pelo Desenrola Brasil e pelo SPC, também são ótimas oportunidades para liquidar dívidas com condições especiais.
Após negociar, atenção redobrada para não cair em novas dívidas fáceis ou golpes disfarçados de renegociação. Sempre confira as condições e fuja de propostas surreais.
Outra armadilha é a falta de reserva. Sem um colchão financeiro, qualquer imprevisto pode levar ao endividamento novamente.
Elaborar e seguir um plano estruturado é fundamental para dizer adeus às dívidas de uma vez por todas. Com disciplina, paciência e as estratégias apresentadas, você pode retomar o controle das finanças e construir um 2025 mais tranquilo.
Comece hoje mesmo: mapeie suas dívidas, negocie com responsabilidade e adote hábitos que garantam sustentabilidade financeira a longo prazo.
Referências