No cenário financeiro atual, entender o funcionamento e os riscos envolvidos no uso de crédito se tornou essencial para manter a estabilidade econômica pessoal e familiar. Adotar práticas responsáveis pode transformar o crédito em um verdadeiro aliado para concretizar sonhos e projetos.
Este artigo apresenta conceitos, dados e dicas práticas para que você desenvolva um uso do crédito de maneira planejada e proteja seu orçamento de imprevistos, evitando dívidas desnecessárias.
O crédito consciente é o uso do crédito de maneira planejada, cautelosa e responsável, garantindo que o valor financiado nunca comprometa o pagamento de despesas essenciais.
Antes de assumir qualquer compromisso, como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos ou financiamentos, é fundamental avaliar sua capacidade de pagamento e identificar o impacto dessa despesa no seu orçamento.
Quando utilizado sem critérios, o crédito fácil pode desencadear o acúmulo de dívidas e juros desnecessários, levando ao superendividamento.
Dados de junho de 2024 revelam que 43,99% dos brasileiros estavam inadimplentes, o que corresponde a aproximadamente 72,5 milhões de pessoas. Além disso, o endividamento das famílias supera 60% da renda disponível, impulsionado principalmente pelo rotativo do cartão de crédito e cheque especial.
O descontrole financeiro pode impactar a qualidade de vida, gerar estresse, problemas de saúde mental e até exclusão social.
Para adotar práticas conscientes, é preciso respeitar alguns princípios fundamentais, que asseguram maior segurança e previsibilidade nas operações de crédito.
Estes pilares ajudam a prevenir riscos e garantem que o crédito seja uma ferramenta de crescimento, não de endividamento.
Desenvolver conhecimento, atitudes e comportamentos financeiros é a base para tomar decisões mais seguras. A educação financeira capacita o consumidor a:
Programas e iniciativas contínuas, destinados a jovens e adultos, promovem a formação de cidadãos mais preparados para lidar com o mercado de crédito de forma consciente.
A Lei nº 14.181/2021, conhecida como Lei do Superendividamento, alterou o Código de Defesa do Consumidor para oferecer proteção a quem enfrenta dívidas insustentáveis, criando mecanismos de renegociação e assegurando o mínimo existencial.
Entre os direitos garantidos, estão o acesso a programas de conciliação de dívidas e a possibilidade de repactuação de contratos, preservando recursos para gastos essenciais como alimentação, habitação e saúde.
Órgãos públicos e entidades privadas, como o Sebrae e a Serasa, também promovem campanhas e ferramentas que ajudam consumidores a renegociar dívidas e adotar práticas de crédito consciente.
O Sebrae, por exemplo, oferece apoio a pequenos empreendedores por meio do Fampe, programando R$ 30 bilhões em garantias para empréstimos nos próximos três anos. Com isso, até 80% do valor solicitado pode ser assegurado, facilitando o acesso ao crédito com condições mais vantajosas.
A Serasa, por sua vez, desenvolve programas de mediação e educação financeira, ajudando a reduzir o índice de superendividamento por meio de acordos amigáveis.
Para colocar em prática tudo o que foi apresentado, confira dicas objetivas que podem transformar a sua relação com o crédito:
Além das linhas tradicionais, existem soluções que podem reduzir custos e riscos:
Adotar o crédito consciente não significa abrir mão de oportunidades, mas sim aproveitar o mercado financeiro com segurança e clareza. Ao compreender os riscos, aderir a princípios responsáveis e utilizar ferramentas de educação, você transforma o crédito em um instrumento de conquista, e não de aprisionamento.
Invista na sua formação financeira, conheça seus direitos e planeje cada operação. Assim, será possível alcançar metas, concretizar sonhos e manter a saúde financeira em dia — sem surpresas desagradáveis.
Referências