Em um cenário onde a tecnologia redefine relações e processos, o conceito de Open Finance desponta no Brasil como uma revolução capaz de transformar o protagonismo do cliente financeiro.
Ao permitir o compartilhamento seguro e controlado de dados bancários, de investimentos, seguros e previdência, o sistema inaugura uma nova era de transparência e competitividade.
Open Finance, originalmente conhecido como Open Banking, evoluiu no Brasil para abarcar um ecossistema financeiro completo. Trata-se de um modelo em que o usuário concede, de forma voluntária e reversível, permissão para que suas informações circulem entre diferentes instituições.
Com maior autonomia e controle sobre seus dados, o cliente decide quais entidades acessam seu histórico e, assim, recebe soluções mais alinhadas ao seu perfil.
O funcionamento do Open Finance se dá por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações), que promovem o transporte padronizado e criptografado das informações.
Todo o processo exige consentimento explícito do cliente, garantindo que nenhuma transação ocorra sem autorização. Essa base técnica reforça a confiança do usuário e estimula a adesão.
No Brasil, o Banco Central atua como regulador e coordenador, estabelecendo padrões rígidos para a participação de bancos, fintechs, seguradoras e outros agentes.
A evolução do Open Finance se deu em quatro etapas principais:
Em quatro anos de operação, o Brasil consolidou-se como líder global em finanças abertas.
Entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, houve um salto de 43 milhões para 62 milhões de consentimentos, um crescimento de 44%. Cerca de 40 milhões de brasileiros já utilizam ativamente o sistema, o que representa aproximadamente um terço da população bancarizada.
Para o consumidor, o Open Finance traduz-se em oportunidades inéditas de personalização e economia.
Com base nos dados compartilhados, instituições financeiras implementaram dezenas de soluções criativas.
Somente no segundo semestre de 2024, foram identificados mais de 139 casos de uso, gerando pelo menos R$ 18 bilhões em crédito concedido.
Apesar dos avanços, o Open Finance enfrenta desafios que precisam ser superados para manter seu ritmo acelerado de crescimento.
É fundamental aprimorar a qualidade, confiabilidade e performance dos dados compartilhados, especialmente para atender micro e pequenas empresas de forma plena.
A experiência do usuário também deve evoluir, incorporando jornadas ainda mais fluídas de autenticação e simplificação de processos, como já observado no avanço do Pix por Aproximação e por Biometria.
O modelo brasileiro de Open Finance já é referência internacional, admirado por sua robustez regulatória e volume de operações.
Ao exportar conhecimento e inspirar outras nações, o Brasil consolida seu papel de protagonista em finanças abertas, estimulando parcerias e intercâmbios de melhores práticas.
Com mais poder nas mãos dos clientes e um ecossistema cada vez mais dinâmico, o futuro das finanças promete ser inclusivo, transparente e impulsionado pela inovação.
O Open Finance não é apenas uma mudança técnica, mas um convite à participação ativa de cada indivíduo no desenho de seu próprio destino financeiro.
Referências