Logo
Home
>
Empréstimo
>
Taxas de Empréstimo: Entenda o Que É o Custo Efetivo Total (CET)

Taxas de Empréstimo: Entenda o Que É o Custo Efetivo Total (CET)

23/06/2025 - 20:23
Fabio Henrique
Taxas de Empréstimo: Entenda o Que É o Custo Efetivo Total (CET)

Quando você considera contratar um crédito, não basta olhar apenas para a taxa de juros nominal. É fundamental conhecer o Custo Efetivo Total (CET), que revela o valor real que será pago ao longo do contrato.

Definição de CET (Custo Efetivo Total)

O Custo Efetivo Total (CET) é o indicador que apresenta o impacto financeiro real de um empréstimo ou financiamento. Ele vai além da mera taxa de juros, incorporando todas as despesas que incidem na operação.

Segundo a regulamentação do Banco Central (Resolução nº 3.517/2007), todas as instituições financeiras no Brasil devem informar ao cliente, de forma clara e detalhada, o CET antes da contratação do crédito ou sempre que for solicitado.

O CET engloba custo real de um empréstimo e deve ser expresso em base anual, mesmo quando o contrato adotar prazo mais curto, garantindo ao consumidor transparência e segurança na escolha.

Componentes do CET

Para compreender o valor efetivo a ser pago, é preciso conhecer cada item que compõe o CET. Os principais componentes são:

  • Taxa de juros: percentual cobrado sobre o valor financiado.
  • Tarifas administrativas: valores cobrados pela concessão e manutenção do crédito.
  • Seguros obrigatórios: cobertura para invalidez, morte e proteção ao bem financiado.
  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): tributo obrigatório sobre operações de crédito.
  • Custos de registro: taxas de cartório ou registro, quando aplicáveis.
  • Despesas financeiras acessórias: outras cobranças eventuais previstas em contrato.

Importância do CET para o consumidor

O CET proporciona uma visão completa dos encargos, permitindo que o consumidor faça escolhas mais seguras e adequadas ao seu perfil financeiro. Sem o CET, a comparação entre ofertas torna-se distorcida e arriscada.

Ao analisar duas propostas com a mesma taxa nominal, o CET pode variar significativamente, pois leva em conta itens como seguros e tarifas. Essa diferença impacta diretamente o valor final pago e a sustentabilidade do orçamento.

Ter acesso ao CET garante comparar diferentes ofertas no mercado e evita surpresas desagradáveis ao longo do contrato.

Obrigatoriedade e regras para divulgação

O Banco Central exige que todas as instituições financeiras autorizadas apresentem o CET de forma clara e destacada:

1. Em materiais publicitários, sempre que mencionarem condições de crédito.
2. Durante a análise prévia da operação.
3. Sempre que o consumidor solicitar.

O CET deve ser expresso em percentual anual, incluindo todos os encargos e tributos, mesmo que o contrato utilize base mensal ou diária.

Essa padronização foi criada para assegurar base de cálculo padronizada pelo Banco Central e oferecer maior proteção ao tomador de crédito.

Como calcular o CET

O cálculo do CET envolve o equilíbrio entre o valor líquido recebido pelo cliente e todos os desembolsos periódicos previstos no contrato.

Em termos gerais, aplica-se a seguinte fórmula simplificada:

FC0 = Σj=1N [ FCj / (1 + i)(J/365) ]

Em que:

  • FC0: valor líquido do crédito recebido;
  • FCj: montantes desembolsados (parcelas, tarifas, seguros, tributos);
  • i: taxa efetiva que compõe o CET;
  • J: diferença em dias entre a liberação do crédito e cada pagamento;
  • N: número total de parcelas.

Na prática, muitas instituições e órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, disponibilizam simuladores oficiais e ferramentas digitais para facilitar esse cálculo.

Exemplo prático

Considere dois empréstimos de R$ 10.000,00, ambos com taxa de juros nominal de 1,5% ao mês, mas com encargos diferentes:

Embora a taxa nominal seja igual, o Empréstimo B tem custo total superior devido a tarifas e seguros extras. Esse exemplo evidencia como o CET afeta o valor final pago.

Impacto do CET nas finanças pessoais

O CET varia conforme o tipo de produto: cheque especial, crédito pessoal, consignado ou financiamento imobiliário. Cada modalidade apresenta perfil de cobrança diferente.

Em operações de curto prazo, o CET pode ser apresentado em base mensal, mas ainda assim refletirá todos os encargos. Em contratos longos, pequenas diferenças na taxa anualizada geram impactos significativos ao final do prazo.

Portanto, entender o CET e considerar seu efeito no orçamento é essencial para manter a saúde financeira e evitar endividamentos desnecessários.

Dicas finais ao consumidor

Para contratar crédito com responsabilidade, observe as seguintes orientações:

  • Peça sempre o CET detalhado antes de assinar o contrato;
  • Compare diferentes ofertas considerando todas as tarifas;
  • Use simuladores oficiais para calcular custos;
  • Solicite discriminação de cada encargo quando necessário;
  • Avalie o impacto no seu orçamento a curto e longo prazo.

Com essas práticas, você estará mais preparado para escolher a opção de crédito que melhor se encaixa em suas necessidades, evitando surpresas e controlando suas finanças com transparência.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique